A Formiga "Hell Ant" Brasileira e a Redefinição da Evolução dos Insetos
- Helena Silva
- 11 de jul.
- 1 min de leitura
![LEPECO, Anderson et al. A 113-million-year-old hell ant from Brazil reveals the early evolution of mandibular function in Formicidae. Current Biology, [S. l.], v. 35, n. 8, p. 1524–1532, abr. 2025. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cub.2025.04.009. Disponível em: https://www.sci.news/paleontology/vulcanidris-cratensis-13856.html. Acesso em: 11 jul. 2025.](https://static.wixstatic.com/media/7ed277_ffdeb4d209bb4aa5b55279afb885dbe1~mv2.png/v1/fill/w_860,h_733,al_c,q_90,enc_avif,quality_auto/7ed277_ffdeb4d209bb4aa5b55279afb885dbe1~mv2.png)
No sertão do Ceará, Brasil, um grupo de cientistas revelou o mais antigo exemplar conhecido da subfamília Haidomyrmecinae, apelidado popularmente de "hell ant".
O achado, com cerca de 113 milhões de anos, representa uma espécie até então desconhecida: Vulcanidris cratensis. A descoberta foi publicada na revista Current Biology e reposiciona as origens evolutivas de uma linhagem extinta de formigas predadoras.
O exemplar fossilizado foi encontrado na famosa Formação Crato e preservado em calcário de forma excepcional, permitindo a reconstrução tridimensional do corpo e mandíbulas através de microtomografia. O animal apresenta mandíbulas verticais com formato de foice e uma protuberância frontal (clípeo) que auxiliava na captura de presas, sugerindo um comportamento predatório especializado.
Anteriormente, registros de formigas dessa subfamília estavam restritos a âmbar do hemisfério norte. A descoberta brasileira amplia não apenas a cronologia do grupo, mas também sua distribuição geográfica, indicando que essas formigas estavam presentes em Gondwana, o supercontinente que inclui o atual território sul-americano.
Conclusão: O achado de Vulcanidris cratensis não apenas reconfigura a árvore filogenética dos formicídeos, mas também destaca a importância dos sítios paleontológicos brasileiros. Com o uso de tecnologia avançada, como a microtomografia, e o trabalho interdisciplinar de pesquisadores nacionais, o Brasil reafirma seu papel como protagonista na compreensão da biodiversidade pretérita. Trata-se de uma descoberta que liga a ciência do passado ao futuro do conhecimento evolutivo.


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